Também conhecida por ânfora ou pote de barro, a talha, é um dos mais antigos recipientes para fermentar mostos, estagiar, conservar e transportar vinho.
Uma tradição que o Alentejo nunca perdeu desde a passagem dos romanos pela Península Ibérica há mais de dois mil anos.
Como se faz um vinho de talha?
A técnica milenar de vinificação deste produto único e sublime, foi sendo passada de geração em geração, mas pouco mudou. É usada tanto para vinhos tintos, feitos com as castas Moreto e Tinta Grossa, como para vinhos brancos, Perrum, Rabo de Ovelha, Manteúdo e a Diagalves. Não existe apenas uma maneira de fazer vinho de talha, varia ligeiramente consoante a tradição local.
De modo geral:
– As uvas são esmagadas e colocadas dentro das talhas onde ocorre espontaneamente a fermentação alcoólica, que dura entre 8 a 15 dias.
– Durante a fermentação, as películas que sobem à superfície, são mexidas manualmente com um rodo de madeira, chamado “macaco” e mergulhadas novamente no mosto, de modo a evitar oxidação e extrair o máximo de cor, aroma e sabor.
– Terminada a fermentação alcoólica, as massas ficam no fundo. Na base da talha, coloca-se uma torneira no orifício existente e o vinho sai puro e límpido. É um processo simples e natural.
Quando se prova?
Por tradição o vinho é rei, quando se abrem as talhas no dia de São Martinho, serve de acompanhamento à gastronomia alentejana, marmelos, nozes, castanhas e petiscos (sobretudo porco e caça).
Os vinhos de talha estão a tornar-se mais visíveis, e cada vez mais produtores apostam na sua produção, comercialização e divulgação.
Txim Txim e boas Pomadas.