“Há quem lhe chame presunto do mar. Modo ancestral de conservar o atum, através da salga e secagem, a muxama concentra uma sapidez e textura únicas, representando um património gastronómico ímpar e uma força da Natureza (…)

Verdadeiro manjar, a muxama é conseguida a partir da parte mais nobre do atum e a menos gordurosa. Trata-se do lombo que depois é fatiado em tiras com alguma dimensão, salgadas e, de seguida, secas. Ao contrário de Espanha, que mantém a tradição incólume, Portugal deixou praticamente morrer este tesouro gastronómico que faz parte da nossa história, apesar de existir uma legião de fãs da iguaria.

Um produto que era alimento de pescadores tornou-se num quase exótico achado que corre o risco de se extinguir no nosso país. Produzida a partir da peça lombar do atum, com uma consistência macia e travo salgado, só a palavra muxama (que deriva, tal como a arte de produção, de uma herança islâmica e que significava seco ou ‘musama’) dá para sonhar.”

“Muxama, o ‘Presunto’ do Mar” é um belíssimo artigo da Revista de Vinhos que homenageia esta iguaria – por muitos desconhecida, e que foi alimento de pescadores, hoje um achado quase exótico em risco de extinção no nosso país. O artigo contribui para a divulgação e preservação da memória de uma prática secular. Leia aqui o artigo na íntegra e aprenda mais sobre o potencial gastronómico do atum.

Atualmente, em Portugal, apenas a Sociedade Pescas Pelágicas, sob a marca Real Filete, se dedica à arte de produzir e comercializar a afamada muxama de atum.

No mesmo artigo da Revista de Vinhos, o Chef Leonel Pereira partilha uma deliciosa receita de ceviche de atum “rabilho”, abacate e muxama, surpreendente pela sua frescura e que é um magnífico petisco de verão. Experimente-a com um bom vinho branco e delicie-se.

Algumas sugestões, como o vinho branco Belondrade Quinta Apolonia, o champanhe Boizel Brut Réserve ou o vinho branco Soalheiro Alvarinho, vão certamente proporcionar-lhe um momento especial.

Boas pomadas!

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