crónica por maria miguel vaz
É pelas mãos de gente simples e apaixonada com o peso de séculos de tradição que nasce o vinho do Dão.
Desde o século XVII que esta região possui algum tipo de proteção reguladora, no entanto, apenas em 1908 foi reconhecida a sua demarcação. Estreou-se e foi a primeira região demarcada de vinhos tranquilos, não licorosos.
A magia do Dão está nos campos de videiras a perder de vista, no frio granítico e no paladar inconfundível do seu vinho. Facilmente distingo, em cada trago, o sabor do esforço de anos, o paladar marcado da determinação acariciado pela paixão das gentes que o criaram.
O vinho tinto é seco, forte, de cor intensa e muito encorpado. Faz jus à paisagem granítica, ao semblante forte de quem por aqui trabalha o campo e tem a consistência certa de sabores que nos reconforta.
O vinho branco é aromático, frutado e limpo. Lembra-me o pôr-do-sol num final de tarde quente e os campos de margaridas que marcam com frescura as estradas e os caminhos que por aqui cruzamos.
Este é o vinho do Dão aos olhos de uma leiga, entusiasta e apaixonada pela terra que fez de mim o que sou hoje.
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E tal como dizia o poeta: “Boa é a vida, mas melhor é o vinho”.