Um dos vinhos mais apreciados do mundo, encerra várias suposições que não estão totalmente corretas. A primeira é mesmo a de que quando se fala em vinho do Porto a nossa mente vagueia até à bela cidade invicta, quando na realidade o vinho do Porto é produzido no Douro vinhateiro e armazenado em Vila Nova de Gaia, e não no Porto.

 

Outra ideia amplamente difundida, e que leva a que se guardem em casa garrafas de vinho do Porto durante décadas, é a de que quanto mais antigo for o vinho do Porto, melhor este se torna, o que não é totalmente verdade pois isso vai depender do estilo do vinho do Porto; nem todos os vinhos do Porto são feitos para durarem anos.

 

Relativamente ao serviço, existem também algumas percepções erradas:

 

1.ª O vinho do Porto bebe-se em cálices muito pequenos; efetivamente existem cálices para o vinho do Porto, mas usar cálices maiores, permite sentir mais o seu aroma e vivenciar uma melhor experiência de prova.

 

2.ª O vinho do Porto bebe-se à temperatura ambiente; esse é um erro muito comum, pois o vinho do Porto deve ser consumido fresco. Dependendo do estilo do vinho do Porto, a temperatura de serviço varia entre os 6ºC para os Brancos e os 14ºC de temperatura máxima para um Tawny.

 

3.ª Por ser um vinho muito doce, só se serve à sobremesa. A ideia de que o vinho do Porto é sempre muito doce não é 100% correta uma vez que, em termos de doçura, ele pode ser muito doce, doce, meio-seco, seco ou extra seco, dependendo do momento de interrupção da fermentação na produção. E, na realidade, o vinho do Porto é muito versátil; embora seja geralmente servido depois da refeição, harmoniza muito bem antes da refeição com um fois gras, um prato de queijos e frutos secos, sozinho ou num delicioso aperitivo como o Porto tónico. E mesmo durante a refeição, experimentar um vinho do Porto Branco Seco com um peixe gordo regado com um molho cremoso, um LBV e um Vintage com um rosbife com molho de pimenta, ou um Tawny com uma carne recheada com frutos secos pode ser surpreendente.

 

4.º No que respeita à sua durabilidade depois de aberto, há por vezes a noção de que, por ter um teor alcoólico mais elevado do que um vinho tranquilo, o vinho do Porto dura eternidades, mas para manter as suas qualidades um Vintage, após aberto, deve ser consumido de imediato ou no dia seguinte, um Ruby pode ficar aberto de oito a dez dias, já um Tawny, de um a quatro meses, dependendo se é mais novo ou mais velho.

 

E por último, uma curiosidade que baralha até os mais conhecedores; sabia que o vinho do Porto tem dois dias em que é celebrado?

 

O Center for Wine Origins, com sede em Washington, Estados Unidos, definiu o dia 27 de janeiro como o Dia Internacional do Vinho do Porto. E o Instituto do Vinho do Douro e do Porto (IVDP) instituiu o dia 10 de Setembro, data em que o Marquês de Pombal criou aquela que é a região demarcada para produção de vinho mais antiga do mundo – o Douro Vinhateiro.

 

O melhor mesmo é comemorar os dois dias, com excelentes vinhos do Porto!

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